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A Tecnologia a Favor da Natureza

Atualizado: 25 de mar. de 2020



Olá caros leitores, vamos conversar um pouco mais sobre meio ambiente e tecnologia? Hoje trago até vocês exemplos do uso da tecnologia, aqui nos referimos a Biotecnologia, como ferramenta essencial na degradação de poluentes. Entendemos como “poluente” qualquer resíduo ou substância que liberados no meio irão causar algum dano a saúde de animais, plantas e do meio ambiente.


Agências de proteção ambiental definem valores limites para os poluentes que são utilizados como referência para avaliar a situação ambiental. Dentre as agências internacionais podem ser destacadas a US EPA-NAAQS (Environmental Protection Agency - National Ambiente Air Quality Standards), localizada nos Estados Unidos da América e a WHO (World Health Organization) com sede em Geneva, Suíça (Pedroso, 2007).


Baronesas tomam conta de prainhas de Paulo Afonso, na Bahia (Foto: Imagens / TV São Francisco)
Baronesas, Paulo Afonso-Bahia (TV São Francisco)

Para que algum controle ou monitoramento seja possível diversas formas de uso de agentes vivos vem sendo desenvolvidos. Plantas e microrganismos ganham destaque nesse contexto por apresentarem susceptibilidade a presença de determinados agentes poluentes. Vamos exemplificar! Você já deve ter lido ou ouvido falar de plantas aquáticas que tem seu crescimento acelerado em determinados lagos e rios?! Se não ouviu vai lá dar uma pesquisada. Na verdade, o que leva certas espécies de plantas a ter seu crescimento acelerado nestes locais é sua reação natural a presença de certas substâncias, neste caso matéria orgânica oriunda de despejos da via pública. Aqui vale destacar: Você sabia que segundo o Ranking de Saneamento de 2019, no Brasil foram investidos R$ 10,9 bilhões em água e esgoto no Brasil em 2017, sendo que este valor representa uma queda de 5,3% em relação ao ano anterior? (CEBDS, 2019). O fato de plantas crescerem nestas condições inadequadas nos dá então uma pista da qualidade da água ali.


Em decorrência destas alterações organismos ou comunidades de organismos que reagem de forma previsível e quantificável a perturbações ambientais, por meio de alterações nas suas funções vitais ou composição química, podem ser usados para avaliação da extensão das mudanças em seu ambiente, são denominados organismos bioindicadores (Arndt & Schweizer 1991).

Direito de Imagem: Neprospecta, 2018.

Microscopicamente o uso de organismos como bioindicadores vem impulsionando as pesquisas e projetos acadêmicos em nossas universidades. A frente do Departamento de Biologia Celular e Genética da UFRN, a professora Lucymara Agnez, tem estudado a potencialidade de microrganismos como auxiliadores na degradação de hidrocarbonetos. Seus estudos consideram o sequenciamento e estudo de novos genes dos microrganismos capazes de proporcionar mecanismos com aplicação biotecnológica, isto é, o desenvolvimento de tecnologias a partir de conhecimentos da biologia.


Com um amplo complexo produtivo, centros de pesquisa como o Centro de Bioinformática e de Biologia Computacional (Instituto Butantan) vem adotando a Bioinformática e a Biologia Computacional no ramo da pesquisa básica e aplicada. Estes dois ramos correspondem a uma área interdisciplinar, que atende desde a pesquisa até a produção através do uso de dados em larga escala para pesquisa de ponta utilizando computadores e softwares de alto rendimento em pesquisas biológicas. Segundo o instituto, os conhecimentos dessas áreas podem ser aplicados em diversas instituições, como laboratórios de análise clínica, empresas de biotecnologia, bioquímica ou farmacêutica, e também hospitais.


Como podem ver as Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs), são sem dúvida, fundamentais para o desenvolvimento e para o avanço do conhecimento científico e tecnológico, e por esse motivo, vale nosso incentivo e requerem nosso respeito.


E assim finalizamos nosso bate-papo de hoje. Até a próxima pessoal.

Referências:

Arndt, U. & Schweizer, B. 1991. The use of bioindicators for environmental monitoring in tropical and subtropical countries. In: Signals from the environment. Ellenberg et al. (eds.). Biological monitoring. Vieweg, Eschborn. pp. 199-298.

CEBDS (2019) disponível em: https://cebds.org/aquasfera/investimentos-em-saneamento-basico-e-agua-no-brasil-em-queda/.

Pedroso, A.N.V. 2007. Poluentes Atmosféricos & Plantas Bioindicadoras. In: Curso de Capacitação de Monitores e Educadores. Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente.




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